Responsáveis por pacientes autistas farão protesto contra plano de saúde nesta quarta, às 14h30

Eles reclamam da qualidade do atendimento e até de decisões judiciais descumpridas

Desde o início do ano, “brigar” virou parte da rotina de pais e responsáveis por crianças autistas atendidas pela operadora Hapvida. O problema agravou em fevereiro, quando o plano reduziu o tempo das terapias. Mães relatam que no período de investigação, quando ainda não existe um diagnóstico, o plano dá direito a apenas 20 minutos por semana, e nem toda semana tem vaga. Pacientes com laudo de autismo fazem terapia apenas uma vez por semana, insuficiente para a necessidade deles. “É um transtorno imenso que estamos enfrentando com os atendimentos cada vez mais sucateados. Eles chegam a colocar cinco crianças dentro de uma sala, e isso não ajuda em nada no desenvolvimento dos nossos filhos”, diz Karina Pereira, mãe de um menino autista de 11 anos, nível dois de suporte.

Ela diz ainda que mesmo entrando na Justiça, os direitos dos pacientes continuam sendo negados: “eles não cumprem nem as liminares que conseguimos na Justiça, muito menos os acordos que fizemos em reuniões inclusive com a presença da diretoria”. Essa reunião foi intermediada pelo vereador de Natal, Tércio Tinoco, que acompanha a luta desses pais e mães de perto, desde 2021. “Muitos pais e mães fazem um enorme esforço para pagar um plano de saúde e garantir tratamento digno para seus filhos. Mas o que enfrentam, na prática, é falta de atendimento, atrasos e descumprimento de direitos. Venho buscando sempre alternativas na saúde pública, mas também é meu dever me posicionar ao lado dessas famílias”, lamenta o vereador.

Nesta quarta, dia 21, famílias atípicas vão se reunir em frente ao prédio da Hapvida, no Tirol, para cobrar respeito e um atendimento digno. Não é a primeira vez que eles fazem um protesto: em fevereiro, pais e mães foram até a sede do plano, e chegaram a comemorar alguns avanços, que não passaram de promessas. “Eles prometem, dão prazo, mas quando chega o dia, nada é cumprido”, diz Karina.

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