Direitos Humanos

Governadora assina decretos históricos na área dos Direitos Humanos

Entre as ações está a criação do Comitê de Memória, Verdade e Justiça do Estado e o Termo de Adesão do RN à Política Nacional para População em Situação de Rua

O Governo do Estado promoveu hoje uma tarde histórica em alusão ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado no último dia 10. Nesta quarta-feira (27), o auditório da Governadoria ficou lotado para a assinatura de dois importantes decretos: o que cria o Comitê de Memória, Verdade e Justiça do Estado e o Termo de Adesão do RN à Política Nacional para População em Situação de Rua. Na mesma ocasião tomaram posse os novos conselheiros do Conselho Estadual dos Direitos Humanos e da Cidadania (COEDHUCI), além da entrega da comenda Mery Medeiros às pessoas e instituições que se destacaram no último ano na promoção dos direitos humanos.
Em seu discurso, a governadora Fátima Bezerra falou do compromisso com a defesa da Democracia e dos Direitos Humanos. ”São momentos como esse que confirmam o compromisso irrevogável Governo do Estado do RN com a democracia, com a memória política e com a justiça. Esse Comitê vai reunir várias gerações, vai preservar a memória política em nosso Estado – sobretudo daqueles que sofreram nos porões da ditatura militar, daqueles que foram arrancados de suas famílias, assassinados, desaparecidos, torturados.

A chefe do executivo estadual lembrou da importância da luta coletiva e destacou o simbolismo da data. “Mais do que nunca precisamos nos lembrar diariamente tanto em âmbito governamental, quanto em âmbitos institucionais e coletivos da importância global dos princípios dos direitos humanos, para todos os povos e todas nações”, declarou.

José Vanilson Torres, coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, foi empossado como presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos e da Cidadania, e falou sobre a importância do movimento para a promoção dos Direitos Humanos no país. “Se estamos falando sobre direitos humanos, sobre seres humanos, o pressuposto é o direito à vida. E para exercer o direito à vida é preciso garantir a alimentação, a higiene pessoal, a moradia, a educação, a diversão, entre tantos outros direitos”, disse Vanilson em seu discurso.

A jornalista Jana Sá falou sobre a importância da instalação do Comitê de Memória, Verdade e Justiça. Ela é filha do militante político potiguar Glênio Sá, que morreu em um acidente automobilístico não esclarecido em 1990. “Durante mais de três décadas a gente juntou e analisou documentos, a gente escutou testemunhas, e nessa busca a gente viu que, na verdade ali iniciava uma reflexão somo o esquecimento como produtor dos sintomas sociais da atualidade”, disse Jana. Ainda durante a solenidade, a ex-reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a atual coordenadora do Parque Tecnológico Augusto Severo, Ângela Paiva, entregou à governadora um exemplar do livro sobre a Comissão da Verdade, instituída pela UFRN.

Participaram também da cerimônia os deputados federais Natália Bonavides e Fernando Mineiro, os secretários estaduais das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Olga Aguiar, da Segurança pública, Francisco Araújo, da Administração Penal, Helton Edi, do Trabalho, Habitação e Assistência Social, Íris Oliveira e da Cultura, Maryland Brito. Também estiveram presentes os vereadores de Natal, Júlia Arruda e Daniel Valença, o procurador-geral do Estado, Antenor Roberto, a secretária adjunta de Diretos Humanos de Natal, Carla Veruska, entre outras autoridades.

Fotos: Humberto Sales

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Câmara aprova projeto que cria protocolo para atender vítima de assédio em boate

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (1º) projeto de lei que cria o chamado Protocolo “Não é Não” a fim de prevenir o constrangimento e a violência contra a mulher em ambientes nos quais sejam vendidas bebidas alcoólicas, como casas noturnas, boates e casas de espetáculos musicais em locais fechados ou shows.

O Projeto de Lei 3/23, da deputada Maria do Rosário (PT-RS) e outros 26 parlamentares, será enviado ao Senado. O texto foi aprovado na forma de um substitutivo da relatora, deputada Renata Abreu (Pode-SP), segundo o qual ficam de fora das regras do projeto os eventos em cultos ou outros locais de natureza religiosa.

O protocolo deverá ser seguido ainda pela organização esportiva responsável pela organização de competições, conforme a Lei Geral do Esporte (Lei 14.597/23).

“A despeito das providências já tomadas pelos empresários do setor de eventos, nas casas destinadas ao entretenimento, casos graves ocorrem, infelizmente, como os noticiados em passado próximo”, afirmou a relatora.

“Essa causa é de todas as mulheres e meninas que não aceitam de forma alguma a violência e o constrangimento”, disse Maria do Rosário, lembrando a participação de várias deputadas e deputados na construção do texto.

O texto estabelece que, na equipe dos estabelecimentos, haja pelo menos uma pessoa qualificada para atender ao protocolo. Também deverá ser mantida, em locais visíveis, a informação sobre como acioná-lo, assim como dos telefones da Polícia Militar e da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180).

O constrangimento é definido pelo texto como qualquer insistência, física ou verbal, sofrida pela mulher depois de manifestar a sua discordância com a interação.

Já a violência é caracterizada como o uso da força, resultando em lesão, morte e dano psicológico, entre outros, conforme a legislação penal. No caso de constrangimento, os estabelecimentos poderão adotar ações que julgarem cabíveis para preservar a dignidade e a integridade física e psicológica da denunciante e para subsidiar a atuação dos órgãos de saúde e de segurança pública eventualmente acionados.

Além disso, poderão retirar o ofensor do estabelecimento e impedir o seu reingresso até o término das atividades.

A todo caso, poderão criar um código próprio, a ser divulgado nos sanitários femininos, para que as mulheres possam alertar os funcionários sobre a necessidade de ajuda.

Violência
Quanto às situações de violência, esses estabelecimentos deverão:

  • proteger a mulher e dar-lhe apoio;
  • afastar a vítima do agressor, inclusive do seu alcance visual, facultando a ela acompanhamento de pessoa de sua escolha;
  • colaborar para a identificação das possíveis testemunhas do fato;
  • solicitar o comparecimento da Polícia Militar ou do agente público competente; e
  • isolar o local específico onde existam vestígios da violência, até a chegada da Polícia Militar ou do agente público competente.

Caso o local disponha de sistema de câmeras de segurança, deverá ser garantido o acesso às imagens pela Polícia Civil, pela perícia oficial e pelos diretamente envolvidos, preservando as imagens por um mínimo de 30 dias.

Direitos
O PL 3/23 lista ainda direitos da mulher no âmbito dessa prevenção, a serem observados pelo estabelecimento, como ser prontamente protegida pela equipe do local para relatar o constrangimento ou violência; ser informada sobre os seus direitos; ser imediatamente afastada e protegida do agressor; e ter respeitadas as suas decisões em relação às medidas de apoio previstas.

Caberá à mulher definir se sofreu constrangimento ou violência e, se ela decidir deixar o local, deverá ser acompanhada até o seu transporte.

Princípios
Dentro do Protocolo “Não é Não”, o texto aprovado determina a observância de quatro princípios:

  • respeito ao relato da vítima sobre o constrangimento ou violência sofrida;
  • preservação da dignidade, da honra, da intimidade e da integridade física e psicológica da vítima;
  • celeridade no cumprimento do protocolo; e
  • articulação de esforços públicos e privados para o enfrentamento ao constrangimento e à violência.

Quanto a essa articulação de esforços, o texto prevê que o poder público promoverá campanhas educativas sobre o protocolo e ações de formação periódica para conscientização sobre o mesmo e para sua implementação. Essas ações serão voltadas aos empreendedores e trabalhadores dos estabelecimentos.

Selo
O PL 3/23 cria também o Selo “Não é Não” – Mulheres Seguras, a ser concedido pelo poder público a qualquer outro estabelecimento comercial não abrangido pela obrigatoriedade de cumprimento do protocolo.

Vinculada ao selo, deverá ser divulgada uma lista dos locais que o possuírem, classificados como local seguro para mulheres.

Penalidades
O descumprimento, total ou parcial, do Protocolo “Não é Não” implicará em advertência e em outras penalidades previstas em lei.

Já para as empresas que tiverem o selo, elas o perderão e também serão excluídas da lista de “Local Seguro para Mulheres”.

O “Protocolo Não é Não” foi inspirado ao que existe na cidade de Barcelona (Espanha), conhecido como “No Callem”, para combater a violência sexual em espaços privados noturnos. O protocolo foi aplicado em episódio que resultou na prisão do jogador de futebol Daniel Alves, acusado de estuprar uma mulher em uma boate daquela cidade.

Foto: Bruno Spada

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Mais da metade dos brasileiros já presenciou ato de racismo

Estudo também mostra que 60% consideram o Brasil um país racista

A avaliação de que pessoas pretas são as que mais sofrem com o racismo é quase unanimidade entre os brasileiros, já que nove em cada dez pessoas (96%) compartilham dessa visão. Em segundo e terceiro lugares, os indígenas e os imigrantes africanos, respectivamente, com 57% e 38%, são os que mais sofrem. Há também uma maioria expressiva, de 88%, que concorda que essa parcela da população é mais criminalizada do que os brancos.

Esses são alguns dos dados da pesquisa Percepções sobre o racismo no Brasil, realizada pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), sob encomenda do Instituto de Referência Negra Peregum e do Projeto Seta (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista).

Ainda de acordo com o estudo, mais da metade (51%) dos brasileiros declarou já ter presenciado um ato de racismo, e seis em cada dez pessoas (60%) consideram, sem nenhuma ressalva, que o Brasil é um país racista. Outros 21% concordam em parte com essa visão.

Os marcadores sociais de raça, cor e etnia são considerados os principais aspectos que explicam as desigualdades para 44% dos brasileiros, e somente 65% da amostra concorda totalmente (57%) ou em parte (8%) com a criminalização do racismo no país. O que mais tem peso para determinar o grau de desigualdade social é a classe social, indicada por 29% dos que responderam a pesquisa.

O estudo tem abrangência nacional e compreendeu 127 municípios das cinco regiões do país. As entrevistas com os participantes foram feitas ao longo do mês de abril.

De acordo com a pesquisa, pode-se dizer que o dado sobre a criminalização de pessoas negras se desdobra em outro do estudo, o referente ao tratamento que agentes da polícia dispensam à população negra. Das 2 mil pessoas ouvidas, 79% concordam que a abordagem policial é baseada na cor da pele, tipo de cabelo e tipo de vestimenta, sendo que 63% das pessoas ouvidas concordam totalmente com essa afirmação e 16% apenas parcialmente. Um total de 84% concorda que pessoas brancas e negras recebem tratamentos diferentes por parte da polícia, sendo que 71% concordam totalmente e 13% em parte.

Contradição

Um dos pontos da pesquisa que merecem atenção é a contradição entre os dados. Ao mesmo tempo em que os brasileiros afirmam conviver com o racismo, apenas 11% deles reconhecem cometer atitudes racistas e 10% afirmam trabalhar em instituições racistas, o que lembra uma situação já vista em levantamentos sobre violência contra a mulher, em que uma minoria diz conhecer os autores das agressões.

Outros dados que confirmam as contradições são os referentes à parcela que aponta familiares como os agentes que praticam racismo (12%), a que identifica pessoas de seu círculo (36%) e a que declara estudar em instituições de ensino em que o racismo está enraizado (13%). A maior proporção diz respeito aos respondentes que dizem conviver com as vítimas do racismo, de 46%.

“O que aparece aqui é que os brasileiros são incapazes de reconhecer como o racismo se materializa na rotina, no dia a dia, que é uma dimensão individual, e também nos espaços em que circulam, tanto públicos como privados, que têm uma dimensão coletiva”, observa o coordenador de projetos do Instituto de Referência Negra Peregum, Márcio Black.

Concretização do racismo

Segundo os participantes do estudo, o racismo surge, principalmente, por meio da violência verbal, como xingamentos e ofensas (66%). Outras manifestações são o tratamento desigual (42%) e a violência física, como agressões (39%). Pelo que vivenciam, pessoas pretas são as que mais denunciam sofrer racismo, considerando-se a variável raça/cor, o que, destacam os pesquisadores, demonstra que o racismo é mais compreendido a partir da dimensão interpessoal do que da dimensão estrutural.

O confeiteiro Wanderlei Lima se recorda bem do dia, há uma década, em que um motorista o chamou de macaco, após achar que ele o havia fechado no trânsito, na capital paulista. Lima dirigia o carro de sua então sogra e perseguiu o homem, em virtude da revolta que sentiu, diante do gesto e também da sensação de que o outro condutor sairia impune, se o caso chegasse ao conhecimento da polícia.

Lima foi em seu encalço pelas ruas até a gasolina de seu carro acabar, e o episódio ficou na memória. “Na hora, só tive um clique de ódio. Ele achou que fosse ficar por isso mesmo. Ainda hoje, eu me pego vendo ele baixando o vidro do carro e a imagem dele me xingando. Isso me persegue até hoje”.

Para o confeiteiro, a polícia agiria conforme o que predomina na sociedade brasileira, que é “estruturada e absolutamente condescendente com o racismo”. “O racista acha que preto é menos gente, menos humano, que sente menos dor. Colocam a gente nesse lugar, acham que somos subgente”, avalia.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Marcelo Casal Jr.

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Igualdade Salarial entre homens e mulheres: Zenaide é relatora na CDH

Senadora potiguar apresentará o relatório do PL 1.085/23 na quarta (31); projeto é analisado em regime de urgência pelo Senado

A senadora Zenaide Maia (PSD – RN) é a relatora, na Comissão de Direitos Humanos, do projeto de lei da igualdade salarial entre homens e mulheres (PL 1.085/2023), enviado ao Congresso pelo presidente Lula e já aprovado na Câmara dos Deputados. O PL está sendo analisado no Senado em regime de urgência, em três comissões simultaneamente: CDH, Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A senadora potiguar apresentará o seu relatório nesta quarta-feira (31). “É uma questão de justiça: se um homem e uma mulher estão na mesma empresa e desempenham a mesma função, eles têm que ganhar o mesmo salário! Nossa legislação já tem a igualdade como princípio, mas isso não é cumprido na prática. As mulheres recebem, em média, 78% do salário dos homens. Essa discriminação é inaceitável!”, argumenta a senadora.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) já proíbe a discriminação salarial, mas a norma não tem sido suficiente para acabar com a prática e, por isso, o PL 1.085 endurece as punições para a empresa: prevê, por exemplo, multa de dez vezes o valor do salário devido pelo empregador ao empregado discriminado; sendo elevada ao dobro em caso de reincidência. Além disso, o projeto também propõe mecanismos de fiscalização e controle, como a publicação semestral de relatórios de transparência salarial e remuneratória por parte das empresas com cem ou mais empregados.
Esta não é a primeira vez que o Congresso vota um projeto para obrigar empresas a não discriminarem funcionário em função do gênero. Ainda durante a pandemia, Câmara e Senado aprovaram o PLC 130/2011, com esse objetivo. No entanto, em vez do então presidente, Jair Bolsonaro, sancionar o projeto, houve manobra inédita, para que o projeto voltasse para a Câmara, de onde não mais saiu.

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Câmara aprova projeto que determina proteção imediata à mulher que denuncia violência

Proposta teve origem no Senado e segue para sanção presidencial

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (21) projeto de lei que determina a concessão sumária de medidas protetivas de urgência às mulheres a partir da denúncia a qualquer autoridade policial ou a partir de alegações escritas. A proposta será enviada à sanção presidencial.

O Projeto de Lei 1604/22, do Senado, altera a Lei Maria da Penha. De acordo com emendas aprovadas da relatora, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), as medidas protetivas poderão ser indeferidas no caso de avaliação pela autoridade de inexistência de risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.

Autora do projeto, a ex-senadora e atual ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o objetivo é evitar interpretações diversas de juízes ou policiais, que se valem de supostas brechas para não conceder a proteção, deixando de aplicar a lei.

Tipificação penal
Outro trecho que será acrescentado à lei diz que essas medidas serão concedidas independentemente da tipificação penal da violência, do ajuizamento de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial ou do registro de boletim de ocorrência.

As medidas protetivas deverão vigorar enquanto persistir risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.

Todas as situações
O projeto que irá à sanção também inclui novo artigo na Lei Maria da Penha especificando que ela se aplica a todas as situações de violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da causa ou da motivação desses atos ou da condição do ofensor ou da ofendida.

Uma das emendas de redação aprovadas, entretanto, retirou do texto dispositivo que considerava violência baseada no gênero toda situação de violência doméstica e familiar contra a mulher.

A relatora justificou a retirada com o argumento de que era redundante. Segundo Jandira Feghali, apesar de a lei estar fundada nos princípios da prevenção, proteção e punição, o que se vê “é que tais princípios têm sido sistematicamente aniquilados por uma interpretação judicial restritiva que não aplica a lei a casos em que há conflitos colaterais, disputas em relação à guarda dos filhos, violência de irmão contra irmã, de neto contra avó, em conflitos patrimoniais e até em casos em que o agressor estava alcoolizado ou sob efeito de drogas”.

O parecer de Feghali foi lido em Plenário pela deputada Luisa Canziani (PSD-PR).

Debate
A deputada Soraya Santos (PL-RJ) destacou que “foi uma luta muito grande para o Judiciário e o Ministério Público entenderem que nem os policiais nem os delegados estariam invadindo competência”, referindo-se à primeira mudança na lei sobre medidas urgentes, como afastamento do agressor. “E agora essa preocupação veio novamente à tona e nós conseguimos consenso em todos os partidos”, afirmou.

A deputada Delegada Ione (Avante-MG) ressaltou que a intenção do projeto é acelerar a concessão de proteção à mulher. “O que vinha acontecendo? Muitas vezes, as medidas protetivas eram indeferidas ou demoravam a ser concedidas. E, agora, não vai haver um julgamento. Não há que ser questionado se houve violência ou não, não há que ser questionado sobre tipificação penal ou não, e isso é muito importante”, afirmou.

Já o deputado Abilio Brunini (PL-MT) lamentou a inoperância que pode ocorrer atualmente na delegacia. “Eu fico muito preocupado quando uma mulher vai a uma delegacia, faz um boletim de ocorrência e nada acontece. Volta para casa e convive com aquela pessoa que lhe agride, às vezes não só física, mas moralmente”, disse.

Para o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), “quando se trata de proteção da mulher, tudo o mais que esta Casa fizer temos de dar apoio”. “A mulher precisa ser acolhida, valorizada e respeitada e, se não respeitam por não terem amor próprio, é preciso haver a lei para impor o respeito”, declarou.

Fonte: Câmara dos Deputados

Foto: Zeca Ribeiro

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Comitiva do ministério dos Direitos Humanos vai à Roraima acompanhar situação dos Yanomami

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou à CBN que o objetivo da visita da equipe da pasta é a produção de um relatório para estruturar futuras políticas públicas. Ele ressaltou que a situação de calamidade que os povos indígenas Yanomami vivem hoje é consequência da ausência do Estado no local.

que será produzido pela comitiva servirá ainda como ferramenta para apuração de responsabilidades nos planos nacional e internacional.

A mobilização acontece de 29 de janeiro a 2 de fevereiro e terá participação da secretária-Executiva do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Rita Cristina de Oliveira; do secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves; da secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Isadora Brandão Araújo e do Ouvidor Nacional de Direitos Humanos, Bruno Renato Nascimento Teixeira.

O vice-presidente da Associação Hutukara, que representa o povo Yanomami, Dário Kopenawa Yanomami, afirma que a situação no Território é denunciada há muito tempo, mas que nos últimos 4 anos houve aumento expressivo do garimpo ilegal, e como consequência, piora da crise sanitária:

O governo declarou Emergência Pública de Importância Nacional no Território Indígena Yanomami. A população local sofre com quadros de contaminação por mercúrio em decorrência do garimpo ilegal, desnutrição e fome, além de doenças como a malária e a tuberculose. Desde que foi declarado o estado de emergência, em 21 de janeiro, várias ações interministeriais estão em curso, que envolvem o ministério dos povos indígenas, da saúde, da justiça e segurança pública, além de órgãos como a Funai, a Secretaria de Saúde Indígena e ONGs nacionais e internacionais.

Fonte: CBN

Foto: José Cruz

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