Sindicalização volta a crescer no RN em 2024, mas ainda atinge menos de 10% da força de trabalho
Após oito anos de retração, a taxa de trabalhadores sindicalizados no Rio Grande do Norte voltou a subir em 2024 e alcançou 9,3% do pessoal ocupado. O dado, que representa 209 mil potiguares associados a sindicatos, marca a primeira inflexão positiva desde 2014 — ano em que o índice era de 17,5%.
Segundo o módulo de Características Adicionais do Mercado de Trabalho da Pnad Contínua, divulgado nesta quinta-feira (19) pelo IBGE, o avanço ocorre após um período prolongado de queda, iniciado em 2015 e intensificado pelas mudanças na legislação trabalhista e pela crise econômica. No início da série histórica, em 2013, 15,1% dos trabalhadores potiguares eram sindicalizados.
RN sobe no ranking nacional, mas segue distante de patamares anteriores
Com o novo resultado, o Rio Grande do Norte figura entre os estados com maior proporção de trabalhadores filiados, ocupando o 6º lugar no país, empatado tecnicamente com a Paraíba (9,3%), que aparece em 5º. O Piauí lidera o ranking nacional, com 15,8% de sindicalização.
Mesmo longe do auge de uma década atrás, o índice potiguar ainda supera a média nacional, hoje em 7,7%, e também a média da região Nordeste, de 9,0%.
A pesquisa detalha ainda que, considerando apenas as pessoas que estavam efetivamente trabalhando na semana de referência, o número de sindicalizados cai para 139 mil. Para o analista da Pnad Contínua, William Araujo Kratochwill, esse recorte revela um comportamento importante:
> “Uma em cada três pessoas associadas a sindicatos no Rio Grande do Norte estava desocupada ou fora da força de trabalho por motivo de aposentadoria ou outras razões, mas continuava envolvida em atividades sindicais”, explica.
Homens voltam a ser maioria entre sindicalizados
Outro movimento identificado pelo IBGE é a mudança no perfil dos sindicalizados. Depois de uma trajetória de equilíbrio, os homens voltaram a ser maioria em 2024.
O número de homens associados passou de 92 mil, em 2023, para 117 mil em 2024 — um salto que elevou sua participação de 50% para 56% do total. Já entre as mulheres, o número permaneceu estável em 92 mil nos dois anos analisados.
Os dados consideram trabalhadores de 14 anos ou mais, ocupados ou que já estiveram ocupados anteriormente.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
