Hospital Giselda Trigueiro completa 80 anos

Unidade da rede estadual é referência para tratamento de doenças infectocontagiosas

O Hospital Giselda Trigueiro (HGT) completa 80 anos de funcionamento nesta sexta-feira (14). A unidade hospitalar é uma das principais da rede estadual coordenada pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), sendo a referência para o tratamento de doenças infectocontagiosas, informação toxicológica e imunobiológicos especiais no Rio Grande do Norte.

Localizado no bairro das Quintas, Zona Oeste de Natal, o hospital é historicamente responsável pela linha de frente nos cuidados de casos de HIV, meningites, doença de Chagas, tuberculose, dengue, febre tifóide, sarampo, coqueluche, difteria, entre outros. Mais recentemente, O HGT reforçou seu perfil para cuidar de pacientes acometidos por doenças novas, como a Covid-19 e a MPOX.

“O Hospital Giselda Trigueiro vem salvando vidas durante todas essas décadas. Continuaremos nos esforçando para atender cada vez melhor os usuários do SUS com toda dedicação. Que muitos outros oitenta anos venham pela frente”, afirmou o secretário Cipriano Maia.

Desde 2019, a gestão da Sesap vem investindo na qualificação do hospital, desde melhorias na infraestrutura até abertura de novos leitos, em especial durante a pandemia. Ainda hoje, o HGT conta com 27 leitos de UTI para receber casos graves de Covid-19, além de outros 32 leitos de UTI para casos gerais e outras dezenas de leitos de enfermaria. “Ao longo desses anos, este hospital jamais se furtou a tratar de todas as pandemias, endemias. Fica aqui a gratidão a todos que construíram a história desse hospital”, destacou André Prudente, diretor do Giselda Trigueiro.

Em pesquisa divulgada no mês de abril de 2021, o desempenho do Hospital Giselda Trigueiro no tratamento em UTI de pessoas atingidas pela Covid-19 mostrou-se acima da média nacional. De acordo com levantamento da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), o índice de óbitos nas UTIs públicas era então de 36,6% e nas privadas de 29,7%. No caso do Giselda, o número chegava a 21,5%, levando-se em conta o período entre o início da pandemia e março daquele ano.

O hospital realiza mais de seis mil atendimentos por mês, sendo ainda referência no ensino e pesquisa a partir de parcerias com o Departamento de Infectologia e o Instituto de Medicina Tropical da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), além de diversos cursos da área da saúde como enfermagem, nutrição, farmácia e serviço social.

HISTÓRIA

Em 14 de abril de 1943 foi inaugurado o prédio onde hoje funciona o Hospital Giselda Trigueiro. Inicialmente nomeado de Sanatório Getúlio Vargas, era destinado ao tratamento de pessoas com tuberculose pulmonar. Ao lado funcionava o Hospital Evandro Chagas, que era a referência no RN para o tratamento das outras doenças infecciosas.

Em 1982 foi feita a fusão dos dois hospitais, prevalecendo a denominação de Hospital Evandro Chagas, sob a direção da dra. Maria Giselda da Silva Trigueiro, médica infectologista falecida em 1986.

Já no ano seguinte, em 15 de março de 1987, o hospital receberia o nome de sua ex-diretora. Giselda nasceu em Vila Velha, no Ceará, e morreu em Natal, vitimada por um câncer de mama. Ela comandou o então Hospital Evandro Chagas por mais de 20 anos, estabelecendo uma série de linhas de cuidados e projetos importantes para melhorar o atendimento à sociedade.

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