Com política industrial e PAC, Lula prevê Brasil a “100 por hora”

Importância da política industrial, das compras governamentais e de investimentos foram destacadas no Conversa com o Presidente

Um país capaz de retomar o fôlego da política industrial, de olhar o mercado de compras governamentais e o Sistema Único de Saúde como indutor do crescimento econômico e pronto para apresentar à sociedade um amplo portfólio de obras de infraestrutura. No Conversa com o Presidente desta terça, Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que desse cardápio vai sair um Brasil capaz de avançar a “100 por hora”.
 

O SUS é um grande mercado consumidor. É por isso que defendemos as compras governamentais serem fortalecidas. Se a gente abre as compras governamentais para comprar produtos estrangeiros, a chance da nossa pequena e média empresa crescer acaba. E nós queremos fortalecer o pequeno e médio empreendedor, a pequena e média empresa, porque essa gente gera emprego e riqueza para o país”. (Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República)

“Um país que tem uma política industrial correta, consegue exportar produtos com maior valor agregado, os chamados manufaturados. Isso agrega mais dinheiro para a nação, uma indústria agrega mais salário ao povo trabalhador, uma média salarial melhor, e o país cresce do ponto de vista científico e tecnológico”, disse o presidente.

Ele exaltou a retomada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, que não se reunia desde 2015 e teve a primeira agenda na última semana. Na ocasião, o governo anunciou que a previsão inicial é de que, em quatro anos, sejam feitos investimentos em toda a indústria pelo menos R$ 106 bilhões — com recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
 

Do evento já saiu também um arcabouço de proposta de política industrial, que deve ser discutida no “Conselhão” para que o Governo Federal transforme as sugestões em políticas a serem implementadas. O Conselhão é um grupo formado por 246 conselheiros, entre representantes do Governo Federal e da sociedade civil, com representação de todos os estados e de vários segmentos, que assessora o Planalto na formulação de políticas visando o desenvolvimento econômico e social sustentável.

INVESTIMENTOS – Na conversa com o jornalista Marcos Uchôa, o presidente defendeu ainda que o setor de inovação receba investimentos vultosos. “Há uma perspectiva de investimento de até R$ 6 bilhões em inovação. Tem que ser uma política industrial para valer. Além de a gente fazer investimento e inovação, temos que discutir que nicho de indústria a gente vai querer crescer”, disse.
 

Para Lula, um dos setores com potencial de crescimento é o da saúde, para fornecimento de insumos e máquinas ligadas ao setor para o Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de compras governamentais.
 

“O SUS é um grande mercado consumidor. É por isso que defendemos as compras governamentais serem fortalecidas. Se a gente abre as compras governamentais para comprar produtos estrangeiros, a chance da nossa pequena e média empresa crescer acaba. E nós queremos fortalecer o pequeno e médio empreendedor, a pequena e média empresa, porque essa gente gera emprego e riqueza para o país”.

PAC – Durante o programa, o presidente também tratou do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ressaltou que julho será um mês marcante. “Vamos lançar nesse julho o novo PAC, em que a gente vai pegar a questão energética, a questão da transição ecológica, de rodovias, ferrovias, saneamento básico. Vamos lançar muitos programas agora no mês de julho para que em agosto a gente comece já com o carro a 100 por hora”, adiantou.

FRONDOSA – Por fim, Lula mandou um recado otimista para o país e, ao comentar o atual momento da nação, comparou o Brasil a uma árvore frutífera. “A economia vai voltar a crescer, a inflação vai continuar caindo, os juros vão ter que baixar para que a gente possa ter crédito disponibilizado a custo baixo para que o povo que queria empreender possa pegar dinheiro emprestado. E aí a gente vai começar a melhorar o salário, a gente vai fazer mais política de inclusão social, a gente vai investir muito na pequena e média empresa, no pequeno e médio empreendedor, e tudo vai voltar à normalidade desse país. Cuidar desse povo é a nossa missão. Nós vamos colher os frutos dessa árvore extraordinária, frondosa, chamada Brasil”, concluiu.

Foto: Ricardo Stuckert

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