Um novo estudo elaborado pelo BNDES em parceria com o Ministério das Cidades coloca a Região Metropolitana de Natal entre as principais beneficiadas por um ambicioso plano nacional de mobilidade urbana. O levantamento aponta 187 projetos de transporte coletivo em 21 regiões metropolitanas brasileiras, com investimentos previstos de cerca de R$ 430 bilhões para os próximos anos.
O estudo, chamado Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), prioriza a modernização de sistemas de média e alta capacidade, com foco em sustentabilidade, redução de custos e melhoria da qualidade de vida nos centros urbanos. A distribuição estimada dos recursos inclui:
- R$ 230 bilhões para expansão de metrôs
- R$ 105 bilhões para VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos)
- R$ 80 bilhões para corredores de ônibus tipo BRT
- R$ 31 bilhões para trens
- R$ 3,4 bilhões para faixas exclusivas de ônibus
Impacto direto nas cidades
De acordo com o estudo, a implantação dos projetos pode reduzir em 10% o custo da mobilidade urbana, além de gerar ganhos expressivos de produtividade com menor tempo de deslocamento e ampliação do acesso a empregos e serviços públicos. A expectativa é também reduzir 8 mil mortes no trânsito até 2054 e evitar 3,1 milhões de toneladas de CO₂ por ano, o que equivale à preservação de uma área de floresta amazônica cinco vezes maior que o município do Rio de Janeiro.
Sustentabilidade e parcerias
Os investimentos devem ocorrer por meio de modelos de parceria público-privada (PPP) e outras formas de cooperação federativa. Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o estudo abre caminho para um novo ciclo de desenvolvimento urbano.
“Queremos cidades mais conectadas, com transporte eficiente, seguro e menos poluente”, destacou.
O ministro das Cidades, Jader Filho, reforçou que o foco está nas pessoas:
“Investir em transporte coletivo limpo é investir em qualidade de vida, inclusão e sustentabilidade.”
Além de Natal, o ENMU contempla capitais e regiões metropolitanas como Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador e Belém, entre outras. O plano deve orientar políticas e projetos públicos de mobilidade nas próximas décadas, consolidando uma nova agenda de transporte urbano para o Brasil.
