Lula quer começar o mandato sem pendências, e parece estar conseguindo

O petista quer chegar pleno na posse: com alguma base formada, dinheiro no caixa e aliados, incluídos os de última hora, felizes nos cargos

Quem acompanhou a primeira eleição de Lula, em 2002, a transição e seus sobressaltos, o Congresso da época, a sanha dos aliados, a posse e o início daquela gestão, sabe que esta, vinte anos depois, é bem diferente. Diferente para pior.

Todas essas questões se quintuplicaram. Pior que os aliados, são os não aliados – que sequer votaram no petista – e se arvoram por cargos. Lula já teve que negociar com Centrão antes da hora. E, o inusitado, tendo que conduzir aprovação de matéria no Congresso – a PEC da Transição – sem sequer ter sentado na cadeira. Aliás, é isso. Lula não sentou, mas já está governando.

O petista quer chegar pleno para governar: com alguma base formada, dinheiro no caixa, aliados – e os tais não aliados – nos cargos e satisfeitos e viver o dia a dia da Presidência da República, que conhece bem.

Lula tem uma vantagem: se, por um lado, pode pegar parte de um país raivoso com ele – os bolsonaristas irascíveis – de outro, pega um país em frangalhos, como mostrou o relatório da transição, mas o que pode facilitar sua gestão. Diante da “terra arrasada”, não será tão difícil assim mostrar os bons primeiros resultados.

Bolsonaro não governou, não desejou governar e não se elegeu para isso. Tentou virar o país de cabeça para baixo. Lula conseguiu o principal, que foi derrotá-lo. Ao contrário do que disse o petista esta semana no CCBB, que fácil foi ganhar, montar ministério é o mais difícil. Todos sabemos que não.

O novo presidente já teve até que derrubar nomes – indicados para a Polícia Rodoviária Federal e outro para Secretaria de Políticas Penais -, coisa que só se faz no mandato.

Vencer essa eleição foi uma guerra. Montar um ministério é trabalhoso, sim. Mas não tem termos de comparação. Engolir sapos é da política.

Lula queria iniciar seu mandato sem pendências. Parece que irá conseguir.

Fonte: Blog Noblat/Metrópoles

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